Habitação consome grande parte do orçamento familiar

taxa de esforço das famílias portuguesas mantém-se em valores preocupantes, tanto no arrendamento como na compra de casa. O custo da habitação absorve uma fatia considerável do rendimento mensal, limitando a capacidade de poupança e o acesso a outras despesas essenciais.

O arrendamento continua a ser a forma de habitação mais exigente financeiramente, especialmente nas zonas urbanas e turísticas. Em muitas cidades, as famílias gastam quase todo o rendimento disponível apenas para pagar a renda. Já na compra de casa, o crédito à habitação representa um peso considerável nos orçamentos, mesmo com a ligeira descida das taxas de juro.

A falta de oferta, o aumento dos preços e a estagnação dos rendimentos continuam a agravar o problema, tornando cada vez mais difícil encontrar soluções habitacionais acessíveis.

Arrendar casa é mais caro nas zonas urbanas

As cidades com maiores desafios no arrendamento localizam-se sobretudo no litoral e nas ilhas. Lisboa, Faro e o Funchal destacam-se pelo custo elevado das rendas, enquanto Porto, Setúbal, Aveiro e Braga também apresentam taxas de esforço acima do que é considerado saudável para o orçamento familiar.

Já em zonas do interior, como Portalegre, Guarda ou Bragança, a situação é menos pesada. Nestes locais, o custo do arrendamento é mais compatível com os rendimentos médios, o que revela um contraste acentuado entre o interior e o litoral. A diferença de preços entre estas regiões mostra como o desequilíbrio do mercado continua a afastar as famílias das principais áreas urbanas.

Comprar casa continua a ser um desafio

Na compra de habitação, a taxa de esforço nacional também se mantém elevada. Adquirir casa própria é especialmente difícil nas grandes cidades e nas regiões com forte procura turística. Em Lisboa, por exemplo, o custo médio de um imóvel está muito acima do poder de compra da maioria dos agregados familiares.

Por outro lado, algumas capitais de distrito do interior, como a Guarda, Beja ou Bragança, continuam a oferecer preços mais acessíveis, permitindo que as famílias consigam comprar casa sem comprometer a totalidade do rendimento.

Apesar destas exceções, o mercado de compra de casa em Portugal mantém-se desequilibrado, com valores de venda que, na maioria das cidades, ultrapassam o que seria financeiramente sustentável para uma família média.

Taxa de esforço revela desigualdade no acesso à habitação

A taxa de esforço é um indicador que mede o peso da habitação no orçamento familiar, tanto em rendas como em prestações de crédito. Os resultados mais recentes confirmam que viver em Portugal é cada vez mais caro, e que o acesso à habitação digna está longe de ser uma realidade para muitos agregados.

Enquanto algumas regiões do interior ainda oferecem oportunidades mais equilibradas, o litoral e as grandes cidades enfrentam uma pressão crescente, onde os custos de arrendar ou comprar casa ultrapassam largamente o rendimento médio.

A situação reforça a urgência de políticas de habitação que incentivem a construção acessível, a reabilitação urbana e a redistribuição da população, reduzindo as desigualdades no acesso à casa e tornando o mercado mais sustentável a longo prazo.

Fonte: SUPERCASA
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