Queda dos preços nas zonas premium
O mercado imobiliário em Lisboa e no Porto mostra sinais de abrandamento, especialmente nas zonas mais valorizadas. Algumas das freguesias mais procuradas, conhecidas pelo seu dinamismo e atratividade, estão a registar descidas consecutivas nos preços das casas. Em Lisboa, várias freguesias revelam reduções do valor mediano das vendas, enquanto no Porto o fenómeno repete-se, embora com menor expressão. A principal explicação para esta tendência está na entrada massiva de novas construções no mercado, o que tem aumentado a oferta e criado pressão descendente nos preços.
Em bairros como Marvila ou Arroios, o valor do metro quadrado tem vindo a cair trimestre após trimestre, contrariando a tendência de subida generalizada que se observava até há pouco tempo. Esta mudança reflete um novo equilíbrio entre oferta e procura, com compradores mais cautelosos e vendedores a ajustarem expectativas.
Lisboa ajusta preços com a chegada de novas habitações
Em Lisboa, freguesias como Marvila destacam-se por um recuo expressivo nos preços das casas novas. Apesar de continuarem acima da média da cidade, estas zonas registam descidas contínuas, especialmente em imóveis recentemente construídos. O mesmo se verifica em Arroios, onde a maior concorrência entre novos empreendimentos tem levado a reduções no valor final de transação.
Já em Santo António, uma das áreas mais caras da capital, as correções são visíveis sobretudo no mercado de imóveis usados. A presença de edifícios antigos a necessitar de reabilitação tem originado negociações mais intensas e, consequentemente, um abrandamento no crescimento dos preços. Estes sinais indicam que o mercado lisboeta está a atravessar uma fase de ajustamento natural após vários anos de valorização acelerada.
Porto segue tendência de correção em zonas de luxo
No Porto, a descida dos preços das casas é mais moderada, mas já se nota nas freguesias de maior prestígio, como Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde. Nestes bairros, o preço mediano por metro quadrado ultrapassa os 3.800 euros, mas a correção tem sido consistente ao longo dos últimos trimestres. A diferença entre o preço pedido e o preço efetivo de venda tem vindo a aumentar, revelando que o mercado está mais racional e menos especulativo.
A chegada de imóveis novos a valores muito elevados também contribui para uma reavaliação das expectativas. Muitos compradores preferem esperar por oportunidades mais equilibradas, enquanto os vendedores ajustam gradualmente os preços às condições reais da procura.
Um mercado em transição e maior equilíbrio
O arrefecimento dos preços das casas nas zonas mais valorizadas de Lisboa e do Porto não representa uma crise, mas sim uma fase de transição para um mercado mais estável. Depois de anos de forte crescimento, a oferta de novas habitações começa a equilibrar-se com a procura, o que favorece uma normalização saudável.
A nível nacional, os preços das casas continuam a subir, mas a um ritmo mais moderado. As descidas localizadas em áreas premium revelam um movimento de ajustamento, em que o mercado se adapta a uma nova realidade económica e demográfica. Para compradores e investidores, este cenário representa uma oportunidade de entrada num setor que, embora em desaceleração, continua sólido e com potencial de valorização sustentada.
Fonte:
SUPERCASA