Geral, Mercado Imobiliário , Compra e Venda - Informação Jovens aumentam peso no crédito à habitação em 2024 Em 2024, 43% dos novos contratos de crédito à habitação foram assinados por jovens até 35 anos, impulsionados por medidas de apoio governamentais. 20 mar 2025 min de leitura O peso dos jovens no crédito à habitação voltou a aumentar em 2024, refletindo uma maior participação desta faixa etária no mercado imobiliário. De acordo com os dados mais recentes, 43% das pessoas que recorreram a financiamento para compra de casa tinham entre 18 e 35 anos, um crescimento de dois pontos percentuais face ao ano anterior. Este aumento surge num contexto em que o Governo implementou medidas de apoio destinadas a facilitar o acesso dos jovens à habitação própria. Entre estas iniciativas, destaca-se a isenção do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e do Imposto de Selo para a primeira aquisição de habitação própria e permanente. Além disso, foi criada uma linha de garantia pública para jovens até 35 anos, que entrou efetivamente em vigor em 2024, permitindo um maior acesso ao crédito à habitação sem necessidade de avultadas entradas iniciais. O montante total contratado também registou um crescimento expressivo, com 44,5% dos empréstimos concedidos a pessoas entre os 18 e os 45 anos. Em contrapartida, as faixas etárias entre os 36 e os 55 anos viram a sua representatividade no mercado de crédito à habitação diminuir. Este fenómeno pode estar relacionado com a estabilização financeira de pessoas mais velhas, que já possuem habitação própria ou alternativas de investimento distintas. Outro fator relevante é o aumento da presença de estrangeiros no mercado de crédito à habitação em Portugal. Em 2024, o peso dos devedores estrangeiros subiu para 14%, sendo metade destes cidadãos de nacionalidade brasileira. Esta tendência pode ser explicada pela atratividade do mercado imobiliário português e pelas condições competitivas oferecidas pelos bancos. A nível geográfico, a maioria dos contratos de crédito à habitação foi realizada na Grande Lisboa e na Área Metropolitana do Porto, com 22% e 18% das operações, respetivamente. Estes números refletem a concentração populacional e a forte procura imobiliária nestas regiões, onde os preços das habitações continuam a pressionar os orçamentos familiares. O volume total de contratos celebrados em 2024 atingiu os 90 mil, envolvendo cerca de 138 mil pessoas. Este número representa um crescimento de 32% face a 2023, demonstrando um dinamismo crescente no setor imobiliário. No entanto, metade dos contratos envolveu montantes iguais ou inferiores a 130 mil euros, evidenciando a dificuldade dos jovens em aceder a habitações de maior valor. A análise do perfil dos mutuários revela que 80% dos jovens que recorreram ao crédito à habitação trabalham por conta de outrem e 53% possuem formação superior. Este dado reforça a importância de políticas de apoio direcionadas para esta faixa da população, uma vez que a subida das taxas de juro e o aumento dos preços da habitação representam desafios significativos para os primeiros compradores. Em paralelo, os bancos têm vindo a ajustar as suas políticas de concessão de crédito à habitação, oferecendo condições mais atrativas para os jovens, incluindo prazos de financiamento mais alargados e taxas mais competitivas. Estas medidas visam mitigar o impacto das restrições financeiras e proporcionar melhores condições para a aquisição da primeira casa. Além do crédito à habitação própria permanente, o Banco de Portugal também monitoriza o "outro crédito à habitação", destinado à compra de segundas residências ou imóveis para arrendamento. Neste segmento, os devedores estrangeiros foram responsáveis por 45% do valor total dos empréstimos concedidos, reforçando a importância dos investidores internacionais no mercado português. No total, em 2024 foram celebrados 2,2 milhões de novos contratos de crédito, abrangendo diversas modalidades como crédito pessoal e automóvel, num valor global de 29 mil milhões de euros. No segmento do crédito pessoal, 593 mil pessoas recorreram a financiamento, sendo que metade dos contratos envolveu montantes até 3.500 euros. Os dados demonstram que o crédito à habitação continua a ser um dos principais instrumentos para a concretização do sonho da casa própria, especialmente entre os jovens. Com medidas de apoio reforçadas e um mercado dinâmico, espera-se que a tendência de aumento da participação dos jovens neste setor se mantenha nos próximos anos. Fonte: SUPERCASA Geral, Mercado Imobiliário , Compra e Venda - Informação Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado